quarta-feira, 14 de outubro de 2015

Alemanha rebaixa até 1,7% previsão de crescimento para o ano

Charles Platiau/Reuters
Ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel
Ministro da Economia da Alemanha, Sigmar Gabriel: a evolução do Produto Interno Bruto (PIB) será portanto "estável" e o crescimento, "robusto", resumiu Gabriel
Da EFE
Berlim - O governo alemão rebaixou nesta quarta-feira até 1,7% a previsão de crescimento para este ano por conta da desaceleração nas grandes potências emergentes, especialmente na China.
O ministro da Economia, o social-democrata Sigmar Gabriel, anunciou hoje as previsões governamentais para o conjunto deste ano e o próximo e explicou que o "pilar central" do crescimento alemão será o consumo privado, instigado pela criação de emprego e as altas salariais.
A evolução do Produto Interno Bruto (PIB) será portanto "estável" e o crescimento, "robusto", resumiu Gabriel em um breve comparecimento perante os meios de comunicação no Bundestag (câmara baixa).
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Gabriel acrescentou que também encoraja a evolução da primeira economia europeia a favorável taxa de câmbio do euro frente ao dólar, que ajuda as exportações, e o preço do petróleo, que aumenta a renda disponível dos consumidores.
A nova previsão do Executivo prevê um novo recorde de população com emprego, um total de 43,3 milhões de pessoas no final de 2016, apesar de um avanço do desemprego de cerca de 60 mil indivíduos no ano que vem.
Ambos elementos são consequência da avalanche de refugiados vivida pelo país, já que os asilados chegarão em questão de meses ao mercado de trabalho, explicou Gabriel, que rotulou de "grande desafio" o amparo e integração.
O ministro indicou que o gasto público para atender os peticionários de asilo -que chegarão a 800 mil neste ano segundo as previsões oficiais- funcionará como um "pequeno programa conjuntural", mas considerou que será um "bom investimento" para o futuro do país.
"Somos mais precavidos que os institutos", garantiu o ministro em referência à previsão de um crescimento de 1,8% neste ano que foi anunciada na semana passada pelos principais centros de estudos do país.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Alemanha vai prosseguir com controles nas fronteiras até 31/10

13/10/2015 - 05h27min
A Alemanha vai prosseguir até o dia 31 de outubro com os controles nas fronteiras, estabelecidos em meados de setembro para enfrentar o grande fluxo de refugiados, anunciou à AFP uma fonte do ministério do Interior.
Berlim enviou à Comissão Europeia uma carta para informar a decisão, pois a "situação nas fronteiras faz com que não possamos renunciar a esta medida", segundo a fonte.
O controle nas fronteiras suspende de fato os acordos do espaço Schengen de livre circulação.
A Alemanha implementou os controles no dia 13 de setembro.
"Temos que voltar a uma administração ordenada da política de refugiados", disse a fonte do ministério do Interior.
A Alemanha, país de maior população da União Europeia, recebeu o maior número de migrantes que entraram na Europa em fuga da guerra e da pobreza.
O governo calcula que o país pode receber entre 800.000 e um milhão de refugiados em 2015.
* AFP

sábado, 10 de outubro de 2015

Alemanha enfrenta aumento de ataques contra abrigos de imigrantes

Ocorreram quase 500 ataques contra abrigos para refugiados em 2015, número três vezes maior do que em 2014.

Da BBC
O governo alemão informou que ocorreram quase 500 ataques contra abrigos para refugiados no ano de 2015, um número três vezes maior do que o registrado em 2014.
O ministro do Interior do país, Thomas de Maizere, afirmou que este tipo de violência é "vergonhosa" e acrescentou que dois terços dos ataques foram feitos por moradores locais que não tinham antecedentes criminais.
A Alemanha espera receber pelo menos 800 mil refugiados em 2015.
Líderes da região da Bavária, uma das que mais recebe refugiados, exigiram que o governo alemão imponha limites ao número de refugiados entrando no país.
O governo do Estado da Bavária é de um partido conservador, o CSU, que formalmente é aliado ao partido da chanceler Angela Merkel, os Democratas Cristãos (CDU). Mas eles fazem oposição à política de Merkel de abrir as portas aos refugiados.
Muitos dos imigrantes que chegam à Europa central pelos Balcãs já disseram que querem chegar à Alemanha.
A população alemã, por sua vez, está dividida quando à política de Merkel de receber refugiados da Síria, Iraque e outras zonas de conflito. Esta política não se estende aos imigrantes econômicos de países que não fazem parte da União Europeia.
Ataques contra albergues
Maizere pediu medidas mais duras contra os que atacaram refugiados. Alguns dos ataques foram contra prédios vazios, mas também foram atacados albergues ocupados por imigrantes.
O ministro afirmou que os responsáveis por estes ataques "devem compreender que eles estão cometendo crimes inaceitáveis: agressão, tentativa de homicídio, incêndio criminoso".
Em uma declaração feita na sexta-feira, o governo da Bavária ameaçou ir à Corte Constitucional Alemã para coagir o governo federal a impor um limite no número de refugiados que entram na Alemanha.
As autoridades em Munique informaram que, entre os dias 5 de setembro 1º de outubro a Bavária recebeu 241 mil imigrantes, dos quais 86 mil foram enviados para outras regiões da Alemanha.
Em uma entrevista coletiva, o premiê do Estado da Bavária, Horst Seehofer, afirmou que "precisamos restringir a imigração para manter a solidariedade do público com aqueles que precisam de proteção".
Seehofer também afirmou que o limite no número de imigrantes e refugiados que entram no país também é necessário "para garantir nossa segurança doméstica".
Para o premiê da Bavária o fluxo não significa uma ameaça terrorista, mas "é uma questão de criminalidade no sentido mais amplo".
Em 2016 a Bavária tem planos de designar mais de 3.700 funcionários públicos para lidar com a situação dos imigrantes.
A vice-premiê da Bavária, Ilse Aigner, afirmou que a Alemanha poderia esperar a chegada de até 7 milhões de refugiados devido ao fato de muitos familiares conseguirem se reunir legalmente aos que já conseguiram asilo no país.
Seehofer acrescentou que a Bavária teria que ter o direito de recusar a entrada de imigrantes em sua fronteira com a Áustria. Mas é a polícia federal da Alemanha, e não a polícia da Bavária, que cuida dos controles nas fronteiras.

sexta-feira, 9 de outubro de 2015

Alemanha alerta para aumento exponencial de ataques contra refugiados


Agência Brasil
Publicação: 09/10/2015 12:03 Atualização:

O ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, disse nesta sexta-feira que em 2015 já ocorreram 490 ataques xenófobos contra centros de acolhimento para refugiados no país e alertou para um crescente aumento destas ações.

Em declarações a periódicos do grupo alemão Finke, o ministro disse estar preocupado pelo “radical aumento de agressões xenófobas contra os requerentes de asilo”, e sublinhou que dois terços dos suspeitos destes ataques são “cidadãos da região, que até ao momento não tinham cometido qualquer delito”.

Já o ministro da Justiça, Heiko Mass, considerou os dados um “amargo balanço”. “Este aumento é uma vergonha para o nosso país. Qualquer agressão xenófoba contra um albergue de refugiados é um ataque aos nossos valores fundamentais”, disse o ministro, antes de garantir  que “não vai ceder terreno aos organizadores e autores reais destes atos".

“Todas as leis do Estado de direito devem ser aplicadas com toda a dureza contra quem comete um delito, contra quem ataca refugiados e voluntários”, advertiu.

O ministro do Interior sublinhou que os autores destes ataques, que incluem agressões físicas, tentativas de assassinato e incêndios provocados, devem entender que cometem “crimes inaceitáveis”. “É uma vergonha para a Alemanha”, reforçou Mass.

Na quinta-feira, durante uma visita a um centro de acolhimento em Passau, Sul da Alemanha, o presidente da Comissão Europeia, Jean-Claude Juncker, considerou que a crise dos refugiados vai se prolongar “durante anos” e disse que não alimenta “qualquer ilusão” sobre o assunto.

“Devemos dizer às pessoas que não é uma crise passageira, provisória, e que devemos viver durante muito tempo com este problema”, disse.

quinta-feira, 8 de outubro de 2015

Exportações da Alemanha caem a ritmo mais forte desde 2009

Clemens Bilan/AFP
A chanceler alemã, Angela Merkel
A chanceler alemã, Angela Merkel: as importações recuaram 3,1 por cento, para 78,2 bilhões de euros, maior queda mensal desde novembro de 2012
Da REUTERS
Berlim - As exportações da Alemanha recuaram em agosto na maior taxa desde o ápice da crise financeira global e as importações também caíram com força, no mais recente sinal de que a maior economia da Europa está sentindo a desaceleração nos mercados emergentes.
Dados da Agência Federal de Estatísticas mostraram que as exportações sazonalmente ajustadas caíram 5,2 por cento sobre o mês anterior, para 97,7 bilhões de euros, recuo mais forte desde janeiro de 2009.
As importações recuaram 3,1 por cento, para 78,2 bilhões de euros, maior queda mensal desde novembro de 2012. O superávit comercial da Alemanha diminuiu para 19,6 bilhões de euros.
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Economistas disseram que os dados parecem ter sido pressionados pelo grande número de feriados em agosto este ano.
Mas após fortes perdas nas encomendas e produção da indústria durante o mês, também sugerem que o enfraquecimento da demanda do exterior, particularmente da China e de outros emergentes, está começando a deixar sua marca na Alemanha.

quarta-feira, 7 de outubro de 2015

França e Alemanha pedem união à UE ante crise de migrantes

Giuseppe Cacace/AFP
O presidente francês, François Hollande (D), ao lado da chanceler alemã, Angela Merkel
O presidente francês ao lado da chanceler alemã: "A Europa demorou para compreender que as tragédias do Oriente Médio e da África teriam consequências para ela"
Da AFP
O presidente francês, François Hollande, e a chanceler alemã, Angela Merkel, pediram nesta quarta-feira, em um discurso histórico ante a Eurocâmara, maior unidade à União Europeia para enfrentar a crise de migrantes e a guerra na Síria.
Este foi o primeiro discurso ante os deputados europeus de dois presidentes da França e da Alemanha desde o pronunciado em 1989 por François Mitterrand e Helmut Kohl.
"Não precisamos de menos Europa, e sim de mais Europa. A Europa deve se afirmar, caso contrário veremos o fim da Europa", disse Hollande, que discursou primeiro.
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Merkel, cujo discurso foi mais breve que o de Hollande, expressou uma mensagem similar, pedindo maior unidade entre os 28 países membros para enfrentar os desafios do bloco.
"É justo agora que precisamos de mais Europa. Precisamos de coragem e coesão, o que a Europa sempre mostrou quando foi necessário", disse Merkel.
Hollande afirmou, por sua vez, que a Europa demorou para medir a importância da crise dos refugiados.
"A Europa demorou para compreender que as tragédias do Oriente Médio e da África teriam consequências para ela", disse o presidente.
A UE enfrenta a pior crise migratória em décadas que ameaça sua unidade e várias políticas comuns sobre as quais repousam sua construção.
Diante da chegada maciça de solicitantes de asilo, os membros do bloco reagiram de maneira diferente. A Hungria construiu um muro em sua fronteira com a Sérvia, e depois cercas na fronteira com a Croácia. Já a Alemanha recebeu de braços abertos centenas de milhares de refugiados sírios.
Em seu discurso, Merkel considerou obsoletas as regras em vigor na União Europeia que obrigam os solicitantes de asilo a apresentarem seu pedido no primeiro país do bloco onde chegam.
"Sejamos francos, o processo de Dublin (como estas regras são conhecidas) em sua forma atual é obsoleto", disse Merkel declarando-se a favor de um "novo procedimento" para dividir igualmente os solicitantes de asilo entre países europeus.
Com o sistema atual, Grécia e Itália, os países na linha de frente do fluxo de imigrantes, assumem o maior peso da gestão e do tratamento dos pedidos de asilo, o que sobrecarrega seus sistemas de acolhida.
Pouco antes, o presidente francês convocou a Europa a agir para evitar uma guerra total na Síria e na região.
"O que acontece na Síria envolve a Europa, o que acontece lá determinará o equilíbrio de toda a região por muito tempo", disse.
"Se deixarmos que os confrontos religiosos se amplifiquem, não devemos pensar que estaremos protegidos: será uma guerra total", estimou Hollande.
"Devemos construir na Síria, com todos os que puderem contribuir, um futuro político que ofereça à população síria outra alternativa que não seja Bashar (al-Assad) ou Daesh" (Estado Islâmico em árabe), disse Hollande, cujo país lançou ataques aéreos contra o grupo EI na Síria.

Alemanha anuncia que recebeu 577.307 pedidos de asilo de janeiro a setembro

07/10/2015 - 13h25min
A Alemanha contabilizou 577.307 novos candidatos a asilo entre janeiro e setembro, mais de um terço dos quais são provenientes da Síria, segundo dados apresentados nesta quarta-feira pelo ministério do Interior.
O ministério esclareceu que este balanço pode conter erros e omissões, já que alguns migrantes podem não ter completado seus pedidos e outros podem ter fornecido informações equivocadas.
Em setembro, as autoridades registraram 163.772 candidatos a asilo (85.455 da Síria, 19.192 do Iraque e 18.387 do Afeganistão).
Depois de registrar um total de 200.000 demandantes em 2014, a Alemanha prevê receber neste ano entre 800.000 e um milhão de pedidos de asilo.
Os conservadores bávaros da CSU, aliados da chefe de governo Angela Merkel, criticaram a política migratória da chanceler, afirmando que carece de recursos para financiá-la.
* AFP

domingo, 4 de outubro de 2015

Alemanha celebra 25 anos da reunificação e Merkel cita refugiados

Primeira-ministra alemã participou do aniversário oficial da reunificação. Alemanha usa feriado não só pra celebrar, mas também pra refletir.




A Alemanha comemorou neste sábado (3) os 25 anos da reunificação. No dia 3 de outubro de 1990 o país voltou a ser um só, depois de quatro décadas de uma dolorosa separação.
No comando da Alemanha reunificada, dois alemães do Leste. A primeira-ministra e o presidente cresceram num país que morreu 25 anos atrás. Era a RDA, a sigla da República Democrática da Alemanha - um nome impreciso para um país que não tinha eleições livres.
Depois da Segunda Guerra Mundial, o Leste alemão foi ocupado pela União Soviética. O Oeste, por Estados Unidos, Reino Unido e França. Separadas desde 1945, as Alemanhas cresceram em caminhos opostos. Nas prateleiras capitalistas, o excesso. Nas comunistas, a falta.
Os soviéticos construíram um muro e uma fronteira mortal. Milhões de alemães se viram trancados no Leste. A temida polícia secreta não deixava ninguém pensar diferente. Alemães orientais precisaram de 41 anos pra perder o medo de falar.
Em 1989, exigiram liberdade de imprensa, liberdade pra viajar, liberdade pra pensar. A pressão derrubou o muro de Berlim. Menos de um ano depois, a Alemanha era uma só nação. E nesse último quarto de século, Merkel, Gauck e os outros comemoram todos os anos a liberdade e a união.
Passados 25 anos, a Alemanha usa o jovem feriado pra celebrar e também pra refletir. Alemães orientais e ocidentais olham pra tudo aquilo que os une, mas também para tudo aquilo que os separa.
Entre erros e acertos, os alemães - juntos - comemoram. Num mundo que se divide, a reunificação é um feito raro.

A primeira-ministra alemã participou do aniversário oficial da reunificação. No evento com o lema de “Ultrapassar as Fronteiras”, Angela Merkel lembrou da crise de refugiados. Curiosamente, chamou a Europa pra proteger as fronteiras.